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Maceió/Al, 05 de maio de 2024

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Valderi Melo Valderi Melo
É jornalista profissional formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) desde 1994. Há mais de 20 anos escreve sobre a política alagoana.
04/11/2022 às 13:43

Oposição supera votação dos candidatos de Cacau em Marechal e se fortalece para eleição de 2024

Cacau: nem o uso da máquina pública ajudou no bom desempenho de seus candidatos Cacau: nem o uso da máquina pública ajudou no bom desempenho de seus candidatos

O fraco desempenho de seus candidatos nas eleições agora de outubro de 2022 aponta para um enfraquecimento político do prefeito de Marechal Deodoro, Cacau Ayres para a disputar eleitoral de 2024, quando teremos eleições municipais. Dos candidatos apoiados pelo prefeito nas urnas agora em 2022, apenas seu irmão, o ex-secretário de Saúde do Estado, Alexandre Ayres (MDB) conseguiu ter mais votos que os outros candidatos que disputaram uma vaga de deputado estadual.

Cacau perdeu a eleição com Lula para presidente nos dois turnos, com Paulo Dantas (MDB) no segundo turno [no 1º o governador reeleito foi o mais votado], para Renan Filho ao Senado e com Rafael Brito para deputado federal. Para presidente Jair Bolsonaro foi o mais votado no primeiro e segundo turnos com 15.343 votos e 16.560 votos. Lula obteve 13.719 votos no 1º turno e no segundo teve um desempenho pior, alcançando 13.267 votos, cerca de 450 votos a menos entre um turno e outro.

Para governador o desempenho foi pior ainda. Apesar de todo uso da máquina, uso de programas sociais do estado e do município, Paulo Dantas perdeu por uma grande desvantagem em relação ao senador Rodrigo Cunha (União Brasil). No primeiro turno, Dantas foi o mais votado com 10.994 votos; seguido por Collor (PTB) com 6.785 votos; Rodrigo Cunha com 5.554 votos e Rui Palmeira (PSD) que obteve 4.126 votos. Só que no segundo turno veio a virada de Cunha sobre Paulo Dantas.

Enquanto o senador e candidato ao governo obteve 16.560 votos em Marechal, o governador reeleito com apoio de Cacau e da máquina municipal ficou com 11.876 votos, uma diferença em prol de Cunha de quase 5 mil votos. Numa avaliação matemática fica claro que os votos recebidos por Collor e Rui no primeiro turno foram todos direcionados a candidatura de Cunha no segundo turno. Para o Senado, o ex-governador Renan  Filho (MDB) apoiado por Cacau também perdeu em Marechal Deodoro.

O deputado estadual Davi Filho (PP) foi o mais votado para o Senado na terra de Marechal Deodoro com 13.828 votos, enquanto Renan Filho obteve 12.938, uma votação abaixo do esperado por tudo que o ex-governador fez pelo município durante seus dois mandatos; ou seja, o apoio do prefeito foi irrelevante para que o eleitor deodorense votasse maciçamente em Renan Filho, que mesmo com a derrota em Marechal foi eleito senador por Alagoas na disputa pela única vaga disponível.

Federal e estadual

Em relação à disputa proporcional, o desempenho dos candidatos apoiados por Cacau Ayres só foi vitorioso com o irmão, Alexandre Ayres, vitorioso na cidade com 10.865 votos, uma diferença folgada para o segundo mais votado, no caso a deputada Fátima Canuto, também do MDB, que alcançou 2.391 votos. Fátima – é bom frisar – tem tido seu nome ventilado como provável candidata a prefeita de Marechal nas eleições de 2024. Mas, isso somente o tempo irá confirmar se ela será ou não candidata.

Em relação a disputa para deputado federal, o ex-vice-prefeito Júnior Dâmaso foi o mais votado. Júnior – que disputou a eleição de prefeito contra Cacau em 2016 e 2020, quando perdeu a primeira eleição por apenas oito votos e a segunda por 21 votos – obteve 6.267 votos em 2 de outubro. O segundo mais votado e com apoio do prefeito Cacau, ex-secretário estadual de Educação, Rafael Brito ficou com 5.218 votos. Mesmo com poucos recursos para a campanha, Júnior Dâmaso sai das urnas fortalecido.

Se resolver disputar de novo a eleição para prefeito será um nome forte para enfrentar o grupo político do prefeito Cacau, que apesar de contar com o uso da máquina público sai derrotado nas urnas com quatro de seus cinco candidatos: Lula, Paulo Dantas, Renan Filho e Rafael Brito. E como 2024 está logo ali, o prefeito deve colocar ‘a barba de molho’ e ficar de olho na oposição que com certeza estará mais fortalecida para tomar o poder.


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