Vem aí CPI da Braskem
no Senado, pedido de CPI na Câmara Federal e CEI na Câmara de Vereadores de
Maceió. Neste contexto estão todos muito atrasados, visto que não há como
reparar, dignamente, as famílias e comerciantes dos bairros atingidos com a
maior mentira socioambiental do mundo.
Quanto mais mexem no “Caso Braskem” mais se descobrirá sobre os verdadeiros responsáveis pela evacuação de 60 mil pessoas de seus lares e comércios. Lembrando que o processo de negociação e acerto financeiro pela desocupação dos imóveis não aconteceu nos governos de JHC e Paulo Dantas. Também é preciso deixar explícito que o “bota pra fora” foi instigado durante a pandemia, quando o mundo estava de cabeça para baixo com a pandemia da Covid-19. Pense nisso.
Está claro, e essa é a única certeza, que moradores e comerciantes foram vítimas de um crime macro, sem precedentes no mundo. Com a mexida na panela, que está no fogo desde 15 de fevereiro de 2018, quando surgiram as primeiras rachaduras em casas e ruas do Pinheiro, fica evidente, também, que estamos diante do maior esquema habitacional do planeta. O discurso ambiental seria legítimo se houvesse verdade nas investigações e posicionamento de ambientalistas, ativistas e órgãos que têm condições técnicas de abrir o jogo sobre os riscos ambientais.
Não é provável, sabendo que tudo é possível, que o Governo Federal, através da Defesa Civil Nacional, da Agência Nacional de Mineração, do Serviço Geológico do Brasil; o Governo do Estado, através do Instituto do Meio Ambiente; Prefeitura de Maceió, pelo acordo que fez em 2019; a Câmara de Vereadores de Maceió, por não agir coletivamente durante esse processo; o Ministério Público Federal, por validar o acordo; o Ministério Público Estadual, pela fiscalização e validação do acordo; a Defensoria Pública do Estado, idem para o acordo; Agência Nacional de Mineração, por emissão de licenciamento em desacordo com a lei e até o BNDES pelo financiamento de atividade de extração do sal-gema, tenham a mesma visão e ainda assim a Braskem seja a única vilã desde caso.
Há carência de verdade e há excesso de interesses. Esta é uma verdade que não está na pauta.
Ontem, moradores dos flexais paralisaram, durante todo o dia, a avenida principal em Bebedouro. Eles cobram a saída urgente, já que alardearam risco de afundamento da área. Óbvio que, para saírem de suas casas e comércios, precisarão de acordo financeiro. Mas como pagá-los, agora, se outros milhares cobram compensação financeira justa? Essa conta não bate, assim como não houve desastre com dimensões do Maracanã no colapso da Mina 18.
Mas a maior mentira, e nisso a imprensa entra de cabeça nesse jogo, é tratar o caso como afundamento dos bairros.
Tudo é dinheiro e o dinheiro – já ouvimos dizer – é a desgraça do mundo.
A MANADA foi covarde com moradores e comerciantes. Não há dinheiro que pague a paz espiritual.
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