Presidente do PP de Alagoas, líder da maior e mais poderosa
organização pluripartidária do país (o Centrão), presidente da Câmara dos
Deputados e uma espécie de primeiro ministro do país, em dois governos antagônicos
(Bolsonaro e Lula). Este é Arthur Lira, que a mídia nacional se
refere como Lira. Talvez pelo que ouvem os colegas da imprensa, a turma
de Brasília também já percebeu que Arthur e Lira são dois lados da mesma moeda que
não valem a mesma coisa (politicamente, é claro).
O Lira, de Brasília, é soberano. Articula e direciona a pauta como bem entende. E o Lira entende, disso não há dúvida. Já o Arthur, maior entregador de tratores, retroescavadeiras e afins da história política de Alagoas, por aqui segue politicamente manco, muito distante do outro lado da moeda (o Lira de Brasília).
Você percebe a ironia da escrita, mas ela tem um sentido. Como pode um político vencedor, líder nacional, com a experiência de conduzir o rebanho mais feroz da política brasileira, não conseguir administrar a indicação de um nome para ser vice na chapa do aliado JHC, visivelmente favorito à reeleição. Há um compromisso no meio desse enredo mal ensaiado e há, também, rejeição ao que ambos desejam. (Bicudos não se beijam)
Se Arthur defende Jó Pereira, não deveria ter desgaste dentro do próprio partido ou com os aliados mais próximos, a exemplo de João Catunda e Davi Filho. Há uma crise no PP de Maceió e o culpado é Arthur, que não consegue fazer o óbvio. No interior a situação também já foge da normalidade. É uma lição de casa que Lira precisa pressionar o Arthur. Os dois lados devem ter o mesmo valor. Do contrário, Arthur será o fiador de mais um mandato de Renan.
Em tempo: O Mestre está calado. Isso não é bom (para a oposição). Ele sabe que não consegue ganhar em Maceió, mas quer que o adversário ganhe errando.
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