O distanciamento
entre governantes e governados é uma ameaça real à democracia. Cientistas
políticos, filósofos e analistas têm a mesma opinião quando classificam o
apolitismo (desinteresse por assuntos relacionados
à política) como um equívoco devastador.
Ao se distanciar das discussões o eleitor deixa de perceber que perdeu a capacidade de opinar com precisão. O apolitismo também é responsável pela proliferação dos políticos profissionais. Os estudiosos são unânimes para a maneira mais eficaz de reduzir o apolitismo: Seria por meio da educação para a cidadania, nas escolas, mas educação não é o forte dos políticos profissionais.
Os momentos em que um povo tem sem mostrado mais politizado são os períodos de transição, como aconteceu nas eleições de Fernando Collor (o caçador de marajás), Lula (em defesa do trabalhador) e Bolsonaro (cadeia para os corruptos e morte para os bandidos).
Mas, quando a maioria imagina ter conquistado a democracia, o povo tende a desinteressar-se da política. Eis outro paradoxo. O interesse do povo é conquistar o poder, e não exercê-lo. O povo execra os tiranos, aqueles que exercem o poder contra ele, mas tem horror de exercê-lo ele mesmo.
Justificando o tema
Fiz esta breve observação para explicar que ter lado, ser
contra ou a favor de tal político ou partido não tem legitimidade se a pessoa
não estiver ciente do que está debatendo. Antes da eleição para presidente, a
maioria era contra o PT e defendia a prisão de Lula. Bolsonaro era o cara que
iria moralizar o Brasil. Em menos de 100 dias após a posse, milhões de
eleitores se diziam arrependidos pelo voto de confiança dado ao “Mito”. Não há,
ainda, como provar que Bolsonaro enganou seus eleitores, o que existe é a
distância do povo para a política.
Com políticos profissionais no legislativo, executivo e infiltrados nos tribunais de contas a bússola moral da política – perdida há décadas - ameaça a democracia e o estado de direito desse imenso e saqueado Brasil.
É nesta linha que temos um Estado (Alagoas) com milhares de analfabetos, milhares na linha de extrema pobreza, sem saúde pública adequada, sem água potável e à margem do Poder Público.
Os alfabetizados – praticantes do apolitismo - que focam nas discussões partidárias e infernizam pelos redes sociais e grupos de Whatsapp, são analfabetos funcionais que tiveram sorte de frequentar a sala de aula, mas fracassados como pessoa (com destaque para quem se diz portador de diploma universitário).
A democracia é uma porta aberta para as discussões. Em outubro passado ficamos entre um aloprado e um grupo de 171 que colocou o Brasil de cabeça para baixo.
Discutir política não se limita a defender lado.
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