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Maceió/Al, 04 de maio de 2024

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Wadson Regis Wadson Regis
Jornalista profissional, formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é editor-geral do AL1.
22/08/2022 às 09:09

Povo sem educação é gente sem informação

O afastamento e agora prisão do prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, será o assunto do dia, em Alagoas. Fogos e êxtase para os opositores, tristeza para os próximos e Rivotril para quem está na mira da Justiça.

Recebi, pelo Whatsapp, uma série de comentários e a maioria culpando o povo pela responsabilidade dos gestores e políticos eleitos “democraticamente” pelo voto.

Não deixa de ser uma verdade, mas é preciso ter calma antes de culpar o Seu Sebastião, que mora num povoado de Traipu, que não tem energia elétrica. Também não é justo atacar Dona Maria das Graças que, aos 76 anos de idade, não tem água potável em sua casa de taipa, na zona rural de Santana do Ipanema. Como ousar em ofender o jovem Pedro, de 21 anos, que precisa ajudar os pais (ambos analfabetos) na roça, para garantir comida na mesa. Pedro, que mora em Jacuípe, estuda, mas diz que não tem nenhuma perspectiva de chegar à universidade ou de conseguir um bom emprego. Alessandra, que mora na zona rural de Santana do Mundaú, tem 25 anos e concluiu apenas o ensino médio. Ela sonha em ser atriz. Vive angustiada porque não tem condições de arcar com as despesas do curso de teatro, em Maceió.

Todos eles são personagens fictícios, de um mundo real, que retrata a vida de milhares de alagoanos que esperam por uma boa educação pública, saúde acessível e assistência dos governos federal, estadual e municipal.

A vida para mais de 1 milhão de alagoanos não tem nada a ver com a propaganda oficial do Governo do Estado e de prefeituras que investem em publicidade. Falar o que funciona é legal, mas imoral e criminoso é fazer de conta que não percebem a situação de miserabilidade, angústia e incertezas porque passam nossos irmãos.

Quando um político cai, muita gente enche o peito para dizer: é culpa do povo que o elegeu. DISCORDO. Sem água potável na torneira, comida na mesa e saúde para não tombar, a educação deixa de ser prioridade e retribuir com o voto a quem lhe deu algo, ainda que de maneira criminosa, é o mínimo que essa gente pode fazer.

Gilberto Gonçalves não foi o primeiro, não é o único e não será o último a passear no confortável (mas indesejável) Uber Black da Polícia Federal.

Povo sem educação é gente sem informação. E sem informação não há verdade no que se diz e se faz.

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