Colunistas

O que acontece no bastidor político – da política praticada em Alagoas – é de um profissionalismo sem precedentes, no comparativo com os demais estados da Federação. Por outro lado, o que é espirrado como possibilidades é de uma sacanagem tremenda. Em alguns casos é amadorismo, cumprir missão, mas a realidade do bastidor é fodástica (com vênia ao palavrão).

Eu sou um exemplo do que escrevo. Se eu espirrasse 25% daquilo que me chega, certamente deixaria muita gente gripada, mas aqui esse não é o objetivo. E, desta vez, serei ainda mais claro, porque para bom entendedor um olhar basta.

O jogo eleitoral de 2026 passa, diretamente, por dois personagens que não se comunicam, não se olham e nem permitem que interlocutores tentem qualquer aproximação. Sabe quem são? Marcelo Victor e Alfredo Gaspar. O presidente do Poder Legislativo é protagonista porque construiu, com foco, comprometimento político e credibilidade política, um espaço que nenhum outro político alagoano tem. Já Alfredo Gaspar tem, pelo antagonismo declarado ao bloco opositor, o discurso mais afiado. Abre-se um parêntese, aqui, para o deputado Delegado Fábio Costa, o opositor mais frontal, mas seu plano é a reeleição. É por isso que Alfredo Gaspar está no papel principal do processo eleitoral. Ele tem vontade para o Senado, mas ainda não tem a coragem para o enfrentamento. E mais: para o Senado, Alfredo é mais forte que JHC, que é mais forte que Alfredo para o Governo. É fato!

Daí você, certamente, está como advogado do diabo: “o jornalista está louco. E Renan, Renan Filho, JHC, Arthur Lira e Paulo Dantas, onde estão neste filme?” Estão, pode anotar e guardar aí, trabalhando 24h (de domingo a domingo) para montar um cenário onde eles não saiam perdendo. “E como seria isso, jornalista?”, questiona o advogado do diabo: JHC e Arthur Lira não têm plano para disputar o Senado juntos; Renan Filho, se decidir enfrentar a lógica e disputar o Governo, tira uma das vagas do Senado (lembrando que Renan foi segundo em três das quatro eleições e quando estava no auge); sabendo que Arthur só tem chance para o Senado se tiver um governador competitivo (seria JHC?); Renan é o maestro e o ator principal do bloco governista, mas nos filmes modernos o mocinho também morre (Renan não é camicase, mas é voraz).

A dica é: preste atenção nas movimentações. Renan Filho e JHC estão off-line. Renan elogiou JHC, e Arthur, em meio ao fogo cruzado, sendo chamado de fio descascado, sabe que precisa da paz com o prefeito da capital para também manter sua força política. Quem silencia corre menos risco de errar. Quem se ausenta do convívio com aliados famintos corre menos risco de racha e quem fala o que todos sabem que é da boca pra fora é porque está jogando alto demais. Você duvida que Renan Filho e JHC não estejam nas urnas, em 2026?

Renan Filho não vem ao evento do MDB, em Maceió. O nível é muito alto (você consegue compreender?).