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Foto: Reprodução Twitter/CRB

O CRB enfrenta o Atlético-GO na noite desta terça-feira, no Estádio Rei, e precisa de uma vitória para chegar aos 27 pontos e ficar em uma situação confortável na tabela. E é só, me parece que o torcedor do Galo não deve esperar nada mais do que isso, ficar perto da 10ª colocação na Série B, e isso é algo que não move muito mais do que, no máximo, uns cinco mil regatianos para o jogo de hoje.

Vejam bem, não é pouca coisa no atual cenário do futebol brasileiro ser um clube de Série B, portanto ficar na competição precisa sempre ser enaltecido. Porém, a relação do torcedor alvirrubro com a Segunda Divisão é diferente de qualquer outro no País, já que o Galo a disputa tem muito tempo e o acesso é uma obsessão justa do torcedor.

O grande problema, na minha modesta opinião, está no discurso do presidente Mário Marroquim, que em seu terceiro ano como gestor do clube, parece que ainda não entendeu o sentimento do seu torcedor. Não dá para ele começar o ano falando em acesso, em projeto para subir e depois chegar na janela de meio do ano e ficar falando que o clube não tem dinheiro para contratar mais e que só contrata agora quem está desesperado ou se planejou mal. Além de contraditório, vai na contramão dos anseios de qualquer torcedor do clube, que não esteja ligado diretamente a diretoria.

Um clube que revelou ter faturado em 2022 algo na casa dos R$ 28 milhões de reais, não pode chegar no meio da temporada, na segunda e decisiva janela de contratações, e de novo alegar que o clube não tem recursos para investir mais no elenco.

O torcedor já ouviu, nesta mesma época em anos recentes, que não contratava porque o elenco era suficiente, que não contratava para não tirar a confiança dos jogadores que já estavam, que não contatava porque o treinador não queria mais reforços. Aliás, esse ano temos uma mescla de não temos dinheiro e de que Daniel Paulista não quer mais reforços.

Além de receber um clube totalmente sem dívidas, estruturado e com calendário, o presidente Mário Marroquim recebeu um CRB com uma mensagem clara do seu torcedor e ela gritava com toda força “queremos o acesso”.

E nas mãos de Mário Marroquim o acesso pode até não vir, mas ao menos ele precisa demonstrar mais do que lutou com todas suas forças para isso. E depois que o clube vai ganhar R$ 43 milhões,, ele vem e reforça o discurso de que vai investir na base, vai construir um CT na capital da base e etc. Um projeto para o futuro e o torcedor do Galo não quer saber de projeto para o futuro, ele quer saber do presente.

O torcedor não quer saber de energia solar, colchões no CT mais confortáveis, ônibus novo ou que seja. Vou repetir. Eler quer o Acesso. Mário Marroquim repete um discurso que não parece ser dele, parece ser uma mistura de ideias combinadas de pessoas que o levaram até o poder e que sustentam esse projeto de futebol montado em apostar no futuro. Por isso, ele não consegue motivar o torcedor, porque falta determinação em suas palavras, parece um discurso pronto, montado em powerpoint e cursos de gestão.

Se hoje, o CRB é um clube que financeiramente não pode brigar pelo acesso, ele precisa dizer isso com mais clareza. Sei que não é totalmente justo jogar 30 anos de Série B na sua conta, mas quando ele assumiu a gestão do clube sabia, ou no mínimo deveria saber, o que move o coração do seu torcedor. E o seu discurso precisa ser alinhado com isso, porque deixar o Galo na Série B e sem dívidas é mínimo que ele pode fazer.

Ou ele pode colocar o Galo numa Série A e escrever o seu nome na história como o maior presidente da história do clube. Não existe meio termo.

Não duvido que ele é bom gestor, não duvido da sua capacidade. Não gosto do discurso, não acredito nesse projeto de apostar na base e não entendo porque na janela do meio do ano o CRB, mais uma vez, não contrata.

Falta um turno inteiro e no futebol não existe verdades absolutas. Torço para estar errado e que esse elenco coloque o CRB na Série A esse ano. E claro, para isso vencer o Atlético na noite de hoje é fundamental.

Vamos aos 27 pontos, pelo menos estaremos mais próximos dos 45. Não sei se é isso que basta para essa diretoria, mas que é isso que o discurso do presidente dá a entender.