Colunistas | Arquivo: Agosto / 2021

Eu não sei vocês meus amigos, mas eu como um guloso contumaz, sou um viciado em programas de culinária, se for de competição então, não perco. Aproveitando a deixa, quando penso na campanha do CSA na Série B, não consigo deixar de pensar que por melhores ingredientes que você tenha, chef demais cuidando da mesma receita é um prato cheio para azedar o molho.

Com vinte rodadas jogadas nesta Série B, tanto CRB como o CSA seguem firmes na briga pelo acesso para a Série A. Hoje, o Galo olha para a tabela com mais brilho nos olhos do que Azulão, já que faz uma campanha espetacular. Agora, o que leio muito nas mídias sociais são torcedores repetindo o mantra “É obrigação nossa subir”. Obrigação?? É justamente aí, nesse ponto, que para mim os torcedores acabam é jogando contra os próprios times, porque essa é uma pressão desnecessária e que não corresponde à realidade financeira dos clubes e, também, do nosso Estado.

Em um distante 19 de setembro de 2010, o CRB vencia o ABC no Rei Pelé por 1 a 0, com um gol de Luciano Dias, e com isto conseguiu escapar do rebaixamento para a Série D, o que teria a acontecido se o jogo tivesse terminado empatado. Neste mesmo mês, o CSA empatava com o Sampaio Correâ, também no Rei Pelé, e era eliminado pela equipe maranhense na quarta divisão. Uma temporada caótica para os gigantes de Alagoas, nada de título estadual e claramente empacados nas divisões inferiores do futebol brasileiro, com o agravante de estarem repletos dívidas e sem perspectivas, o futuro era assustador.

Desde de início, já deixo claro que não é culpa das mais variadas ferramentas de mídias sociais utilizadas por nós atualmente. O problema está na forma que o ser humano, em especial o brasileiro, lida com questões que andam de mãos dadas com competições esportivas: derrotas e zoações.

Não tem como não lamentar mais uma eliminação, nos detalhes, da Seleção Feminina de Futebol nas Olímpiadas. Passadas algumas horas, vendo o que o futuro pode prometer, vejo que é hora de exaltar o que ficou de bom e o olhar para o copo meio cheio, sobretudo porque para mim é nítido o avanço tático e até, mesmo ainda não sendo o ideal, estrutural do futebol feminino no Brasil.