O Presidente Mário Marroquim foi aclamado, na última quarta-feira (18), para mais um mandato de 4 anos no CRB. Serão mais quatro oportunidades do atual mandatário fazer história e colocar o clube na Série A, que é de longe o maior sonho que o torcedor regatiano possui.
Quem me conhece e também acompanha o meu trabalho na equipe do Esquadrão 89 sabe que torci que o ex-presidente Marcos Barbosa obtivesse sucesso e fosse reconduzo a um novo mandato no Galo. Além de entender que Marcos Barbosa era a melhor opção para fazer o CRB conquistar o acesso, ele é meu amigo pessoal, então sempre foi uma questão de lealdade, se você não é leal com seus amigos, fica difícil exigir qualquer coisa de uma pessoa.
O conselho deliberativo entendeu de outra forma, existiram questões que quase foram terminar na Justiça, envolvendo o direito de alguns conselheiros terem direito a voto ou não, que foram determinantes para o ex-presidente retirar sua candidatura na véspera das eleições.
Vida que segue, não me arrependo nem por um segundo, até porque Mário Marroquim foi injusto, para dizer o mínimo, ao taxar a equipe que trabalho de desonestidade. Como a barbaridade que ele falou em uma entrevista foi dita contra a rádio que trabalho, não a este portal de notícias, nunca trouxe para cá essa questão.
Como falei mais acima, agora Mário Marroquim tem mais quatro boas oportunidades de realizar o sonho do torcedor alvirrubro. De verdade, espero que ele consiga transformar a fome que a regatiano tem pela Série A em realidade e sem nenhuma mágoa o irei elogiar e parabenizar pelo feito.
Agora ele precisa entender, para o torcedor do CRB não existe nada que fique bom entre o acesso ou perto dele. É Série A ou aguentar as críticas, algo que ele não soube lidar bem em seus primeiros anos de mandato.
São dois pontos que me fazer levantar questionamentos quanto a administração de Mário Marroquim. O primeiro, sempre foi o apego ao trabalho mediano que o executivo de futebol Thiago Paes realizou quando esteve no clube. Um profissional que sempre se colocou acima do CRB, buscando formar elencos que o colocassem em evidência no mercado e nunca tendo a potência e capilaridade que uma Série B exige. O único ano que eles chegaram perto do acesso, foi em 2021 quando herdaram o elenco montado pelo presidente Marcos Barbosa. Depois disso foi meio de tabela ou quase rebaixado, anos perdidos muito porque o clube apostava em jovens talentos, que até eram bons jogadores, mas ainda não tinham o tamanho para fazer o CRB chegar na Série A.
Uma demora e falta de capacidade absurda para reforçar o elenco no meio de todas as temporadas, ano passado foi o ápice, onde todo mundo “gritava” que o elenco precisava de mais qualidade e o CRB tinha um caminhão de desculpas para não contratar. A última foi que o técnico Daniel Paulista não queria conta com jogadores como Yuri Castilho, por exemplo, fato que eu espero que um dia o treinador diga se foi assim mesmo.
Segundo, uma total incapacidade de admitir falhas. Mário Marroquim não consegue pronunciar a frase “ Eu errei”. Ele ainda não entendeu que ser presidente de um clube de massa como o CRB é como ter um holofote apontado para você o tempo todo. O brilho dos resultados vai refletir com tanta força, que não adianta tentar vir com discursos de coletividade e equipe de trabalho profissional, o ônus e bônus vai para quem ocupa o cargo de presidente.
Foram inúmeras as quantidades de entrevistas e declarações desastrosas, em especial uma recente dado para uma rádio de Chapecó, onde ele tentou demonstrar um conhecimento de futebol que ele claramente ainda não possui e foi injusto com a torcida do CRB em vários momentos.
Junto a tudo isto, ainda tem a dificuldade em receber criticas. Desafio o atual presidente a encontrar uma crítica minha ao cidadão, a pessoa de Mário Marroquim, Nunca o fiz e nunca vou fazer, sempre vou focar no trabalho dele como presidente e a forma que ele se porta diante do torcedor alvirrubro. Mas, infelizmente ele acredita que muitas dos questionamentos que faço tem a ver com minha amizade ao ex-presidente, a existir um “complô” para querer derrubar ele do cargo ou algo do tipo. Nunca foi isso, o que ele nunca entendeu é que os resultados falam por ele e no caso do Clube de Regatas Brasil, uma instituição sem dividas, com calendário e estrutura suficiente para estar na Série A, não existe nada que o avalie melhor ou pior. É conquistar o acesso ou ser muito criticado. Se ele não entender isso, mostra que não entende o sentimento do regatiano.
Nunca gostei da gestão no futebol, seja na montagem do elenco e na gestão de pessoas, este segundo detalhe parece menos importante, nas não o é. Gerir um grupo de quase 30 jogadores exige um tempero que o atual presidente ainda não tem, mas que pode sim chegar no ponto certo, se ele fizer uma autocritica do seu trabalho nesse quesito, algo que não sei se vai acontecer. Espero que sim.
No mais, o clube me parece bem administrado, possui excelente profissionais em todos os setores e parece seguir o caminho da austeridade que o clube vem tendo como marca na última década.
Faltou ousadia, faltou ouvir mais o coração do torcedor e menos o powerpoint do antigo executivo de futebol, que quase levou o CRB ao rebaixamento. Quase foi campeão do Nordeste, é fato também, mas uma competição de mata-mata não mostra a força do elenco como uma competição de pontos corridos mostra.
Alias, a Copa do Nordeste é um bom exemplo do que é ser presidente de um clube gigante como é o CRB. Se você conquista, entra para a história e chancela para cima suas escolhas e atitudes. Ser vice=campeou ou oitavo colocado dá no mesmo, o regatiano quer conquistas acima do Alagoano (que é importante, sobretudo o tetra que pode vir em 2025), o alvirrubro quer o acesso, repito não existe nada que possa falar mais sobre a qualidade do trabalho do CRB nos dias de hoje. Todas as sementes para o acesso já foram plantadas, agora é fazer a colheita.
Thiago Paes já não está mais no CRB, agora o clube conta com novos profissionais na função e nem vou entrar no detalhe dos nomes, não duvido da qualidade e capacidade de ninguém. Espero que o presidente em seu novo mandato reflita, entenda que para o torcedor do CRB não existe nada entre 50 e o 160 lugar na Série B, tudo é a mesma coisa para o regatiano, estar aí significa que você não conquistou o acesso.
Depois de quatro anos no comando do clube, acredito que ele tenha entendido a profundidade do que é ocupar esse cargo. Críticas vão existir e no meu caso, sempre serão voltadas para o profissional, para o gestor, nunca para a pessoa e o ser humano. Não duvido da vontade de Mário Marroquim em conquistar ao acesso, sempre questionei suas escolhas e sua visão nas montagens dos elencos e, principalmente, da forma como ele absorve críticas e dá declarações completamente contraditórias, e nem von me aprofundar nisso porque o texto já está o longo o suficiente.
Desejo sorte e sucesso ao presidente em sua nova trajetória. Como regatiano, não escondo isso de ninguém, e quero demais comemorar um acesso e ver o CRB na Série A.
Vestir a camisa de presidente do CRB não é fácil, acredito que Marroquim já entendeu como é sentir isso na pele, sentir por dentro e de perto a alegria e raiva do torcedor regatiano nos sucessos e insucesso. Então, o caminho para entrar na história do clube ele já deve ter uma grande noção, muito melhor do que eu, porque vivi por dentro o CRB por seis anos e vi com os meus olhos o peso que é ser presidente de um clube de massa. Não é fácil, exige e cobra muitas coisas, mas a liturgia do cargo é essencial.
O que esperar de Mário Marroquim nos próximos 4 anos? Acesso. Qualquer coisa diferente disso é aguentar o rojão, e sobretudo entender o sentimento do regatiano, que em seu coração não passa nada diferente disso.
Que ele tome as melhores decisões e conquiste o maior sonho do torcedor. E, se possível, saiba conviver com o lado difícil de ser presidente do CRB, não é nada pessoal, principalmente vindo de mim, é puramente entender o que alvirrubro quer.
Bom trabalho e sobretudo boa sorte ao presidente nesse novo mandato, no futebol você precisa também que a bola bata na trave e entre, porque a bola muitas vezes não entra por acaso mesmo e um pênalti pode levar você da gloria ao fracasso em minuto. Acho que isso explica a vida de uma pessoa dentro e principalmente no comando de um gigante.
Que venha a Série A!
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