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Maceió/Al, 11 de dezembro de 2024

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Roberto Boroni Roberto Boroni
Jornalista de formação e que tem a crônica esportiva no coração. Ex-assessor de comunicação do CRB, Vivi de perto a Série B para saber que ela pode ser tudo, menos fácil!
28/06/2021 às 09:32

Um Raio-X da sétima rodada da Série B. Jogos bons e arbitragens tenebrosas

Feliz demais em fazer parte do AL1, falar de futebol e da Série B com a experiencia de quem já a viveu de perto essa competição. A cada semana um novo recorte do que está acontecendo com cada clube no Brasileirão. Vamos ao primeiro raio-x, e só para evitar que eu cite isso em vários times, que nível tenebroso da arbitragem neste início da Segundona.

Náutico – Que início fantástico do Timbú. Quem conhece a história do Náutico sabe, quando esse time está com moral é complicado parar. Tem muito chão pela frente, é verdade que tem, mas essa liderança com quase 100% de aproveitamento não é por acaso. O clube soube superar as adversidades em 2020, se manteve na B, ganhou o Estadual desse ano e tem o trio Kieza, Jean Carlos e Vinícius em ponto de bala. Um líder merecido e que se mantiver a pegada, a Série A é logo ali. Detalhe, será fundamental segurar os principais destaques do time, a começar pelo Erik.

Coritiba – Se tem uma coisa que o Coxa fez muito bem, não levou no coração os confrontos contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, para o restante da temporada. Aconteceu o esperado e o clube agora deve focar no seu principal objetivo, que é voltar a Série A..Os triunfos sobre Vila Nova, Vitória e Guarani mostram que o time rapidamente se concentrou no que é importante. Para o que a Série B pede, o elenco é forte e tem totais condições de conseguir o acesso.

Goiás – Sem dúvidas um forte candidato ao acesso. Se teve um clube que foi bem ao mercado, esse foi o Goiás. Se sua camisa já tem um peso que por si só impõe respeito, as chegadas de Apodi, Mezenga e Alef Manga deram um ganho técnico aos comandados do técnico Pintado. O segredo agora me parece conseguir manter os padrões de atuação nos jogos longe de Goiânia, algo que não me parece improvável de atingir. Gostei do que vi nas primeiras rodadas, se evoluir fora de casa é um candidato fortíssimo ao acesso.

Sampaio Corrêa – Usar a força de jogar no Castelão como o grande trunfo para ir bem na competição. O Sampaio me passa a impressão (to quebrando a cara) que perdeu em qualidade no elenco, em relação a 2020. Mas, a aposta em veteranos como Ciel é arriscada, porém está se provando acertada. Não é que Ciel e Daniel Costa ou Pimentinha não tenham qualidade, questão é o quanto vão suportar uma competição tão desgastante e com o Sampaio sofrendo com longas viagens. Um G-4 inesperado, mas bem merecido, sobretudo pela disposição do Sampaio em cada jogo.

Operário – Altos e baixos que serão a marca, não apenas do Operário, mas da Série B. A terra prometida nesta competição é encontrar o equilíbrio, algo que o Fantasma da Vila tem tudo para ter. O time já mostrou que tem capacidade de vencer qualquer um, o que precisa é encontrar o danado do equilíbrio para evitar noites como a que viveu contra o Guarani. Vem jogão aí contra o Confiança, vamos ver se o Operário mantém a pegada, potencial para isso tem e hoje é, sem dúvidas, um dos adversários mais duros para se encarar.

Vasco – É uma missão quase impossível tentar, neste momento, passar para torcedor vascaíno algo que o motive a pensar positivo. No papel, o Vasco tem um time capaz para os desafios da B, seu treinador é um especialista na competição e possui toda capacidade em não apenas subir, mas em conquistar o título. Mas, e botem aí um grande mas, é difícil fazer futebol em um ambiente tão rachado e dividido. O maior inimigo do Vasco neste momento é ele mesmo, um clube que produz autossabotagem com primazia e vai sofrer muito até que um dia resolvam se unir. Venceu o CRB, animou, perdeu do Cruzeiro e passou a ser o pior time do mundo de novo e agora venceu o Brusque e ganha uns dias de paz para trabalhar. Não será um ano fácil para o Vasco

Brusque – Não tem como não olhar para o Brusque e não o imaginar como mais uma equipe que faz rapidamente a passagem da D para a Série A. Algumas receitas para o sucesso como: manutenção da comissão técnica e espinha dorsal da equipe fazem o Brusque se posicionar para ser aquela “surpresa boa”. O grande momento que o clube vive nos últimos anos está totalmente refletido neste início de Série B, um time encaixado, que sabe o que faz no campo e com a sorte ajudando no momento certo a sua competência. Importante, também, buscar novos modelos de atuar, porque os últimos jogos mostraram o quanto os adversários já começaram a bloquear os pontos fortes que o Brusque possui. Merecia ao menos o empate contra o Vasco.

CRB – Eliminar o Palmeiras da Copa do Brasil trouxe não apenas a capacidade de reforçar o elenco para a temporada, mas um moral que o CRB não pode deixar de aproveitar para encarar bem uma Série B que prometia ser dura (Cruzeiro, Goiás e Vasco fora de casa nas cinco primeiras rodadas). A grande missão de Alan Aal é melhorar o sistema defensivo, já que na frente Diego Torres e Hiury estão voando. Ajustes precisam ser feitos, mas o CRB criou o ambiente para ir longe, por isso, manter regularidade pode ser o grande pulo do Galo nessa Série B.

Guarani – Um início que se pode aceitar na pontuação, mas que já demonstrou que o Guarani vai precisar de mais. Ficou claro a diferença de ter o Régis no time, já que não adianta nada ter Davó, Lucão, Rafael Costa e os meias não  alimentar os atacantes. Isto, sem falar a qualidade que o Régis possui em, também, marcar gols. Vencer o Derby valeu mais do que três pontos, só que dois jogos sem vencer já vão tirando os bons fluidos do clássico. Precisa voltar a vencer e o próximo desafio será o Cruzeiro no Mineirão.

Botafogo – Tenho a convicção de que o terrível momento que o Botafogo vive fora dos gramados, repleto de dívidas, está mascarando o bom planejamento que o Alvinegro fez para essa Série B. Verdade que os resultados do primeiro semestre não ajudaram, mas se olharmos bem de perto, o clube trouxe um treinador tarimbado para a competição e jogadores que sabem o que é jogar competitivamente uma Segunda Divisão. O time é forte e ainda tem o Rafael Moura, um centroavante com nível espetacular para a competição. Ainda é cedo, é fato, mas o Botafogo tem elenco para voltar a Série A, principalmente se não atrapalharem fora de campo e seguir dominando os jogos em casa, porque fora o desempenho e arbitragem atrapalharam (como não ver um gol tão claro!?).

CSA – Oito pontos em dezoito disputados, muito longe do que esperávamos do CSA. É para desesperar? Com certeza não, competição está no início e o clube já provou que consegue colocar o trem nos trilhos e brigar no topo. Não jogar tudo fora que já foi feito no ano é o primeiro passo para o time do CSA embalar, pois tem qualidade, poderia até ter vencido mais jogos, mas pecou na finalização. Bruno Mota vinha fazendo falta e me parece ser nessa posição que o clube precisa reencontrar o caminho da regularidade. Com a chegada de Renato Cajá, pode ser a peça que faltava.  Saída de Raimundo Tavares do futebol trouxe um desconforto desnecessário, não era o que o clube precisava nesse momento. Que a boa vitória contra o Cruzeiro traga a paz que o CSA necessita.

Confiança – No futebol, às vezes as aparências enganam, o que não vem sendo o caso do Confiança nesse início. O elenco parece não ter a qualidade do ano passado, mesmo tendo bons jogadores em algumas posições, mas está claramente desequilibrado. Apesar de ter evoluído de uns anos par cá, Daniel Penha parece não ser o cara para ser o 10 titular, falta um centroavante de mais peso e por aí vai. Ainda dá tempo de corrigir, mas os próximos tiros precisam ser certeiros, e ao analisar pelo último, Dragão brocou na mosca.

Cruzeiro – Depois de uma enxurrada de decisões ruins, acredito que trazer o técnico Mozart foi a melhor atitude que o Cruzeiro poderia ter tomado. Pelo que demonstrou no CSA em 2020, o treinador tem exatamente o perfil que o atual elenco celeste possui, um time forjado para apostar em uma rápida transição ofensiva. Seu desafio vai ser implantar esse estilo nos jogos em casa, conseguindo atrair os adversários para o seu campo como fez no CSA. Mais um gigante que sofre com um ambiente pesado e uma pressão sobre os ombros multiplicada por dez. Venceu super clássico contra o Vasco, jogo que o Cruzeiro não podia nem pensar em empatar em casa. Aí veio a derrota de virada para o CSA e o mundo de incertezas retornam. De uma coisa não temos dúvidas, com essa irregularidade, dificilmente irá retornar a Série A.

Avaí – Se tem uma garantia em quase todo início da Série B, é que o Avaí vai derrapar nas primeiras rodadas. O clube sempre começa correndo atrás e vai rodada a rodada buscando os adversários na tabela. Em 2020 não deu certo como em outros anos e essa é a principal lição para essa temporada. Atuação perfeita contra o Vasco, decepcionante contra o Goiás, uma oscilação que e muito a cara do Avaí em cada começo da Série B, e nem sempre vai dar tempo de correr atrás do prejuízo. Venceu o CRB em jogado cercado de polêmicas, mas que mostrou um Avaí dominante no início do jogo, algo que vinha faltando e anima o torcedor para as próximas partidas.

Londrina – Se tem uma marca que reflete bem o trabalho do técnico Roberto Fonseca é consistência dos seus sistemas defensivos. É o que vemos hoje no Londrina, um time forte e difícil de ter o goleiro vazado. Quis o futebol, que na rodada que o ataque marcou dois, a defesa também foi superada duas vezes, no bom jogo que a equipe fez contra o Botafogo. Contra o CSA tomou um gol cedo e não conseguiu chegar a igualdade, apesar de até ter criado boas chances. Muita bola área e pouco jogo de aproximação, está faltando imposição ao time, principalmente no setor de criação. Empate contra o líder não pode ser considerado um desastre, principalmente porque trouxe confiança e o time foi a Salvador e derrotou a Vitoria. Se vencer o Avaí em casa, pode embalar na competição.

Remo – Um Remo que está abaixo do que eu esperava para este início da Série B. Não vejo no clube um erro de planejamento, fez bem em manter os destaques do elenco que recolocaram o time na Série B, atletas como Lucas Siqueira, Gedoz e Dioguinho possuem o que a competição precisa. Tudo parecia bem, mas a eliminação para a Tuna no Paraense parece ter quebrado a confiança e o clube ainda não conseguiu retomar o bom futebol. Os jogos no Baenão, sobretudo, preocupam porque o Remo não foi implacável como costuma ser. Aliás, se tem um time que com torcida em casa seria outra coisa, esse é o Remo, Baenão lotado é o atacante mais perigoso que uma equipe pode ter e, infelizmente para o Remo e para quem ama futebol, será desfalque nessa temporada. Poderia te tirado a invencibilidade do líder Náutico, erro da arbitragem impediu uma vitória que pode resgatar o bom futebol da equipe.

Vitória – Apesar da pontuação está longe do ideal neste início, acredito que o torcedor do Vitória (ou estava) mais confiante do que estava um mês atrás. A mescla de jogadores experientes com os bons valores que o Vitória sempre revela pode dar um caldo melhor e mais apimentado do que esperávamos. Se conseguir voltar a fazer do Barradão uma força, como fez contra o Brusque, o Vitória pode querer algo mais. Pena que a atuação contra o Londrina pode ter freado um início promissor.

.Brasil de Pelotas – O Xavante está sentindo na pele que não adianta apenas ter um bom sistema defensivo. Problema do Brasil está na transição ofensiva, o time se defende bem, mas está com uma clara dificuldade de causar danos aos adversários. Tencatti já provou que é um treinador que com tempo, consegue armar times bem equilibrados. Vencer o Goiás mostrou o potencial da equipe, que infelizmente não conseguiu vencer a segunda seguida em casa ao enfrentar a Ponte. Vem aí mais um duro desafio fora de casa, contra o Brusque e o Xavante precisa começar a buscar pontos longe de Pelotas.

Vila Nova – Pode ser apenas uma sensação inicial, mas a impressão é que com esse elenco o Vila vai ficar exatamente como está agora, oscilando. Defensivamente não é abaixo da média, o problema está no poder de criação que o time tem, ou pelo menos, vem tendo. Já estamos em junho e o setor ofensivo do Tigre ainda não conseguiu empolgar o seu torcedor. É preciso que diretoria e comissão técnica reavaliem e encontrem rapidamente uma solução, senão vai ser do meio da tabela para baixo. Não perder o Clássico contra o Goiás pode ter ajudado ao time respirar, recuperar o fôlego e encarar com tudo o Operário no Paraná.

Ponte Preta – Um elenco que pode e deve fazer muito mais. Na minha visão, a Ponte montou um dos melhores elencos da Série B e me parece ser questão de tempo para essa qualidade fazer efeito. Claro que o início preocupa, sobretudo porque ainda não conseguiu sua primeira vitória. Vou ficar muito surpreso se em breve a Ponte Preta não estiver brigando no topo da tabela. Uma colocação na que não condiz com a força do elenco e pelo potencial do time, mas que mostra para todos o quanto é difícil essa Série B. Vencer o CSA é mais do que ganhar a primeira na competição, significa voltar a respirar bons ares e trazer de volta a confiança..


Roberto Boroni

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