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Maceió/Al, 20 de abril de 2024

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Roberto Boroni Roberto Boroni
Jornalista de formação e que tem a crônica esportiva no coração. Ex-assessor de comunicação do CRB, Vivi de perto a Série B para saber que ela pode ser tudo, menos fácil!
16/07/2021 às 07:50

Passou da hora de mudar a forma preguiçosa de avaliar os melhores da rodada

Preguiçosa pode não ser a melhor expressão para definir exatamente a minha reclamação com a forma pela qual os jogadores no futebol brasileiro são analisados, mas na falta de um termo mais exato, vou ao menos entender que a preguiça esteja envolvida, porque eu não tenho dúvidas do quanto os melhores de cada rodada são feitos dentro de uma análise bem rasa na Série B.

E vou usar a décima rodada da competição como um ótimo exemplo de explicar meu ponto de vista, já que posso envolver casos do CSA e do CRB, sem dar a chance de cair em um debate que pensem ser clubista ou, na melhor das hipóteses, desagrado os dois lados.

Na escolha dos melhores dessa rodada em questão, o zagueiro Lucão do CSA e o volante Marthã do CRB, foram escolhidos os melhores de suas posições. E podem ter certeza, foram escolhidos porque fizeram gols na rodada. E é isso que me faz ver o quanto não se analisa a atuação ou performance, fez gol, está ótimo, não importa o nível da atuação.

Não é uma questão de menosprezar a importância do gol, apenas vejo que tem uma diferença entre ser decisivo e jogar bem. Se fosse e escolha dos mais decisivos da rodada, aí então estaria perfeito.

Lucão jogou mal? Não. Problema para mim está em ver que nesta rodada, oito times não levaram gols, que é a primeira missão de todo defensor, evitar que o seu time seja vazado. Aí vem o zagueiro que se matou durante o jogo, fez vários desarmes e jogadas importantes, e não é eleito o melhor da rodada porque um zagueiro, no qual seu time levou dois e poderia ter levado mais se não fosse o goleiro, fosse o melhor porque fez um gol na partida.

Marthã jogou mal? Também não. Quem viu o jogo contra o Botafogo, viu que o CRB não levou mais de um gol, graças a grande atuação do seu goleiro e porque o time carioca finalizou mal. Como volante, a primeira missão do atleta regatiano não foi tão perfeita para ser o melhor da rodada, ainda assim, fez gol, tá eleito.

E essa avalição simples e baseada no resultado final, não é mal apenas da Série B. É do nosso futebol. Qualquer prêmio que envolva notas e avaliações caem nesta mesmice, se um zagueiro fizer um gol, o jogo pode ter sido 5 a 0 para o time dele, fácil e sem nenhum nível de esforço de defesa, que ele vai levar vantagem sobre outro zagueiro que fez mil desarmes, engoliu o ataque adversário e não foi o melhor da rodada porque o seu jogo foi 1 a 1 e sua equipe levou um gol de falta.

Lateral pode jogar mal o quanto quiser, foi no fundo e deu uma assistência, tá eleito. Porque para o brasileiro, isso que vale na atuação dos laterais, tem que cruzar bem, se for uma peneira na defesa e dormir eternamente na cobertura não tem problema, porque ele cruza bem.

Quem viu CSA e Goiás me responda: os zagueiros do Goiás jogaram bem ou os atacantes do CSA finalizaram mal? Se o gol da vitória do time Goiano fosse do Reinaldo, sem dúvidas ele seria fácil o melhor da rodada.

Pode até ser uma chatice minha, pode. Mas, confesso que essa forma rasa de analisar e avaliar os melhores de cada rodada beira, para mim, a simplicidade que em nada agrega o nosso futebol.

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