Não existe, pelo menos para mim, duvidas do quanto Alan Aal é um dos grandes responsáveis por essa bela campanha que o CRB vem fazendo na Série B. Isto posto, é necessário, para ontem, que o técnico regatiano entenda que o sucesso alcançado pelo time, fez com que todos estudassem o jeito de jogar da equipe e se ele não encontrar alternativas, sobretudo nos jogos em Maceió, o Galo dificilmente subirá e o que vai ficar como imagem final é um trabalho que nadou e morreu na praia.
Sei que todo técnico é um sujeito agarrado em suas convicções, que mesmo com o mundo gritando o contrário, ele coloca em campo o que acredita ser a melhor formação possível. A gente não vê os treinos, sabe apenas um pequeno recorte do acontece durante a semana e ficamos como amostragem o que o jogo nos apresenta.
E os últimos jogos mostram, que o CRB precisa urgente descobrir como enfrentar adversários que não fazem questão de ter a bola. Todo mundo na Série B já percebeu, se der espaço para a transição ofensiva que o Galo tem, vai sofrer ao oferecer campo para os atacantes alvirrubros.
Não é coincidência que o CRB não venceu os últimos cinco jogos em Maceió, os rivais já mapearam muito bem os pontos fortes do Galo. E é justamente isso, que me causou um certo estranhamento nas últimas partidas, porque fiquei com a sensação que Alan Aal percebeu isso, só que mudou o que não precisava.
Contra o Brasil de Pelotas, ele optou por um ataque sem centroavante e com três jogadores de velocidade na frente. Não sou contra a ideia, acho válida e não considero absurdo, por exemplo, ele repetir essa formação na noite de hoje contra o Náutico. Prefiro o Júnior Brandão ou o Careca entre os titulares, prefiro.
E contra o Brasil o Galo venceu, mas correu riscos, principalmente no início do jogo, que poderiam ter implodido essa formação em sua primeira tentativa. Jogar fora de casa tem sido o ponto forte do CRB na competição e, mesmo com Brandão ou Careca nos titulares, o Galo sempre criou muitas chances e aproveitou bem os espaços que os mandantes ofereceram.
Vem o jogo contra o Avaí, que para mim era nítido que como visitante não daria para o CRB o campo que ele gosta de ter, e Alan Aal aposta de novo em jogar sem um homem de referência. Se o Jajá fizesse o 1 a 0, a partida poderia ter outro andamento e ficaria a feição do que o Regatas mais gosta. Como o SE não entra em campo, preocupa demais ver o CRB nos últimos jogos não conseguir se impor em casa, sai para o intervalo perdendo e no segundo tempo não consegue fazer o goleiro adversário trabalhar.
Já passou da hora do técnico alvirrubro encontrar soluções para o time conseguir dominar os jogos em Maceió. Pode até não ganhar, porque não é o técnico que chuta para o gol, mas é dele a responsabilidade em criar as alternativas para isso e o que vemos é o CRB ser previsível e sucumbir aos sistemas defensivos dos rivais.
Alan All já mostrou que é bom treinador e agora é vítima do próprio sucesso. Criou a expectativa da Série A, agora que terá que ao menos brigar por ela até o fim, até porque com torcida em campo, o CRB terá que ter inteligência para conviver com o público querendo acelerar o jogo o tempo todo.
Semana decisiva, porque se é fora de casa que o Galo está se sustentando, hoje o jogo é fora. Depois vem o Clássico, mando do CRB e que terá, provavelmente, um CSA que vai entregar a bola para o Galo e aproveitar para jogar no erro de quem terá obrigação de atacar com a torcida incentivando. E esse jogo não aceita mau desempenho, ou Alan Aal encontra soluções, ou vai ser contestado, mesmo sendo ele responsável pela ótima campanha regatiana.
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