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Maceió/Al, 19 de setembro de 2024

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Roberto Boroni Roberto Boroni
Jornalista de formação e que tem a crônica esportiva no coração. Ex-assessor de comunicação do CRB, Vivi de perto a Série B para saber que ela pode ser tudo, menos fácil!
07/08/2024 às 07:38

Vamos falar da Seleção Feminina? De Marta ao ouro que merecemos e a bipolaridade na internet

Foto: Rafael Ribeiro/CBF Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Quem acompanha minha coluna sabe o quanto já falei sobre o futebol feminino e em especial quando o assunto é Seleção Brasileira, que é algo que adoro ver. Ao começar os Jogos Olímpicos decidi que só iria falar algo após o final da participação brasileira, porque eu já imaginava que a campanha do Brasil seria com os altos e baixos e cercada dessa energia mista de euforia e raiva que move nossa sociedade nos dias de hoje e com o futebol não seria diferente.

Estamos na final! Que fantástico. E logo contra as algozes americanas, que já nos tiraram medalhas de ouro, algumas delas, em especial 2004, com uma ajuda preciosa da arbitragem. Mais uma chance de conquistar esse ouro já tão merecido.

Foi ótimo eu ter esperado um pouco, futebol mexe demais com o emocional e a cada nova derrota ou vitória somos apressados em criar rótulos. É fato que na primeira fase, sobretudo contra Japão e Espanha, nossa seleção jogou abaixo da crítica, não só pelas derrotas, mas a forma defensiva e acanhada que atuou nessas partidas. Não tem como o brasileiro ver aquilo e gostar. Então vieram críticas. E como sempre de todos os tipos, como se tudo fosse um verdadeiro lixo e nada ia dar certo, ainda mais depois da expulsão de Marta contra a Espanha.

Nesse momento, ao invés de criticar corretamente o erro de Marta ao ser expulsa de forma justa, muitos preferiram esquecer quem é essa lenda do futebol mundial, tantas vezes eleita a melhor do mundo e que ainda está na Seleção por méritos, ela ainda joga muita bola. Não tem mais a intensidade de antes, é verdade. Pode ter sua titularidade questionada, também é verdade, ainda mais com o Brasil vindo de duas grandes vitórias, mas muita gente passou do ponto nas críticas, mas isso é a internet hoje, precisamos nos acostumar a esses tempos de amor e ódio em 4 segundos.

O Brasil parece ter achado, para esse momento, o seu jeito de jogar. Marcando forte, saindo em velocidade e, acima de tudo, jogando com muita raça e tendo uma goleira espetacular fechando o gol.

E ganhando a medalha de ouro ou não, o Brasil sai mais forte dessa Olímpiada no futebol feminino. O trabalho do técnico Arthur Elias vai ganhar o tempo que precisa, sobretudo achnar mais talentos que tornem a Seleção mais ofensiva.

Será lindo ganhar a medalha de ouro, mas a recuperação da autoestima da Seleção já é um prêmio que deve ser comemorado, sem vitimismo ou nada do tipo. Chegamos grande para a final, mas é futebol, o esporte onde o modo aleatório funciona mais do que em qualquer outro e tudo pode acontecer.

Independente do resultado final, que é importante, a Seleção começa a ganhar corpo de novo e um novo ciclo irá começar, com certeza muito mais forte do que saímos da última Copa do Mundo.

É preciso trabalhar, entender que muitas críticas foram justas e outras não. No futebol não existe quem está certo ou quem está errado, tudo é questão de conceito, podemos olhar para mesmo lance e ver duas coisas completamente diferentes, imagine analisar uma competição.

Eu já estou satisfeito com o Brasil no futebol feminino, se ouro vier vai ser muito merecido. Caso não, as meninas têm o meu respeito.

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