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Maceió/Al, 28 de março de 2024

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Roberto Boroni Roberto Boroni
Jornalista de formação e que tem a crônica esportiva no coração. Ex-assessor de comunicação do CRB, Vivi de perto a Série B para saber que ela pode ser tudo, menos fácil!
19/10/2021 às 07:04

A diferença que existe entre a convicção e a teimosia pode estar custando um acesso ao CRB

Foto: Reprodução GE Foto: Reprodução GE

Não duvidando de que tudo pode mudar de uma hora para outra, hoje é necessário apontar que o CRB está, a cada rodada, minando suas chances de voltar para a Série A. Alan Aal não muda suas convicções e o Galo passou por mais uma partida onde o empate acabou sendo um lucro enorme. E no futebol, existe uma linha muito tênue quando se caminha sobre convicção/teimosia. Pode custar caro.

Dando o devido desconto que, mais uma vez, o CRB fica com um jogador a menos em campo, graças a mais uma entrada pouco inteligente em um atleta adversário, o jogo contra o Vila Nova seguia um roteiro muito visto nos últimos tempos: O CRB sofre para abrir espaços nas defesas rivais.

De cara já digo, não é por falta de bons jogadores não. O problema maior está em não criar alternativas para um sistema de jogo que deu muito certo até que os adversários mapearam e passaram a bloquear o que fez o CRB ficar 11 jogos invicto: sua transição ofensiva.

Não é hoje que estamos alertando para essa falta de ideias e o quanto o CRB precisava se reinventar para chegar na Série A. Ainda pode chegar lá? Pode, e pode até sem criar nada de novo, mas que vai ficando mais improvável a cada rodada, isso vai, porque na hora decisiva o Galo não está conseguindo vencer mais ninguém. E no futebol não existe combustível melhor do que vencer.

Alertei um tempo atrás, também, que a diretoria errou em afirmar que queria renovar o contrato de Alan Aal, mesmo tendo tanta Série B para jogar. Não sou contra a renovação, mas avisar antes foi ruim até para o próprio treinador regatiano, que não precisava que lhe carregassem a mochila com mais peso do que ela já estava.

Não contratar foi outro erro da diretoria. Será que Alan Aal não muda o sistema, porque não enxerga peças no elenco para tomar esta atitude? Não reforçar o grupo, deixa essa dúvida no ar, mas para mim, ele tem peças para jogar de outra forma. Para o modelo de jogo dele, grita a falta que faz um meia que jogue pelos lados. Sem falar em só ter dois volantes de contenção, um lateral que jogue nas duas, etc.

Será que foi coincidência, que contra o Guarani o empate veio depois de jogar com dois centroavantes ao mesmo tempo? Ter Brandão e Careca juntos em campo “bagunçou” um pouco o jogo, sobretudo o sistema de marcação do time paulista. Foi só mudar de tirar um extremo e colocar outro, que em dez minutos o CRB conseguiu nesse jogo o que não conseguiu em oitenta minutos.

Reafirmo que Alan Aal é vítima do seu próprio sucesso. O CRB não era favorito ao acesso, mas ao chegar tão perto, agora ele precisa dar os seus pulos para não nadar e morrer na praia. Um afogamento provocado por ele, que não mudou o jeito de nadar e acabou cansando antes do tempo. 

Outra coisa que não entendo é como abre sempre mão do seu maior talento em campo. Diego Torres ser sacado durante o jogo, principalmente vindo de não jogar a rodada anterior, é algo que não consigo enxergar os motivos. Aal falou em equilíbrio defensivo, o que não aconteceu, porque se não fosse Diogo Silva e a trave, o bombardeio do Vila teria custado ao menos esse ponto ganho.

Alan Aal é bom treinador, não duvido disso. É muito jovem e promissor, mas é agarrado demais em suas convicções, com tanta força, que beira a teimosia e falta de ideias.

Que a rodada ajude o CRB a não ficar muito para trás e que os triunfos retornem logo ao ambiente regatiano, porque o torcedor está perdendo a paciência. E o pior, o CRB está perdendo o acesso!

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