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Valderi Melo Valderi Melo
É jornalista profissional formado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) desde 1994. Há mais de 20 anos escreve sobre a política alagoana.
30/03/2017 às 16:29

Seminário sobre drogas reúne especialistas na Esmal

Seminário sobre drogas reúne especialistas na Esmal na noite desta quarta, 29 Seminário sobre drogas reúne especialistas na Esmal na noite desta quarta, 29

Um amplo debate sobre drogas, os males que elas causam em que faz uso delas, bem como a toda sociedade em geral, reuniu especialistas no assunto e operadores do Direito, na Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas (Esmal), no último dia 29 de março, em um seminário sobre Ressocialização e Prevenção às Drogas, uma parceria do Fórum Permanente de Combate às Drogas com o Poder Judiciário alagoano.

No seminário, que contou com palestras da juíza Lorena Sotto-Mayor, titular da 7ª Vara Criminal da Capital, do presidente da Almagis, juiz Ney Alcantara, advogado criminalista Leonardo Moraes e o médico Urânio Paiva, cerca de 300 pessoas, entre universitários, profissionais da área do Direito e da Educação, além de estudantes das turmas do EJA da Escola Estadual Tavares Bastos, lotaram o auditório da Escola da Magistratura.    

Primeira palestrante da noite, a juíza Lorena Sotto Mayor, pontuou que em sua vivência como magistrada é bastante comum que crimes graves, como homicídios, estejam relacionados com o tráfico de drogas. “A questão do uso indiscriminado de drogas não é um problema apenas da ordem jurídica, é social. Ele não se resolve apenas com punição ou repressão, mas é com políticas de saúde pública”, explicou a magistrada.

“Chamamos o público à reflexão coletiva e a atender a um comando da política nacional de prevenção e repressão às drogas, que é a da responsabilização de toda a sociedade por este quadro. Ou seja, a responsabilidade não é apenas do usuário, ou do Estado, ou do traficante, mas de todos nós”, observou Lorena. Já o presidente da Almagis, Ney Alcântara, segundo debatedor da noite, falou sobre a reinserção de crianças e de adolescentes na sociedade após o envolvimento no mundo das drogas.

“Sabemos que o contato com a droga é muito fácil, principalmente por causa do seu baixo custo. Para haver a reinserção, temos que tirar aquele mito social de que o usuário de drogas é um criminoso, na verdade ele é um doente. Para recuperá-lo, ele pode ser encaminhado a três tipos de acolhimento: o voluntário, o pela família e o compulsório”, explicou.

Defensor da descriminalização do uso de drogas para fins recreativos, o advogado criminalista Leonardo Moraes, defendeu essa posição, apontando-a como uma maneira de combater o poder do tráfico em todas suas vertentes. Segundo ele, “a política criminal brasileira de combate às drogas é um fracasso”.  “O modelo atual apenas criou um estado paralelo que dá origem a diversos outros crimes, a exemplo da lavagem de dinheiro e da corrupção de menores”, destacou o advogado.  

Para o médico Urânio Paiva, último debatedor da noite, o uso de drogas lícitas e ilícitas pode ocasionar doenças crônicas. “Há alterações orgânicas graves decorrentes da utilização de substâncias psicoativas, as quais podem fazer com que o cérebro entre em um processo de adoecimento que precisa ser tratado durante toda a vida”, observou Urânio, que possui uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Alagoas.

Para a coordenadora do Fórum Permanente de Combate às Drogas, Noélia Lessa, a parceria entre a entidade e a Esmal, foi decisiva para o sucesso do evento, comprovado pela grande participação de estudantes e profissionais nos debates.

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